tia Chica

Wednesday, December 28, 2005

Ando pensando demais

Há um ano, nesta mesma data, eu me preparava para aquela que seria a melhor viagem de minha vida. Mochila nas costas (muitas bermudas e camisetas), alguma comida e o dinheiro considerado exato. Mas exato para ir até onde? Eu e meu amigo Índio – um pouco irmão, um pouco sósia - nem sabíamos ao certo para qual lugar queríamos ir.
Queríamos uma praia, uma praia de Santa Catarina, de Florianópolis de preferência, para ali passarmos nosso Reveillon. Além disso, queríamos ir de carona. Não sabíamos de quem seria, mas tinha que ser de carona. Até aquela época, tinha ouvido várias histórias de viagens bem-sucedidas utilizando a boa vontade de caminhoneiros. Era nossa hora.
Tínhamos saído de Londrina e chegado a Praia de Leste, litoral norte do Paraná, logo após o Natal. Depois de algumas mordomias na casa de praia dos pais de meu parceiro, tinha chegado o dia. Ainda me lembro como se fosse hoje daquela manhã: “Filho, fique por aqui”, aconselhava Dona Lúcia, mãe do Índio. “Vai dormir em barraca, comer miojo... quer sofrer?” Toda essa preocupação e ela nem imaginava que partiríamos dali para uma viagem sem destino traçado, sem data pra chegar ao possível destino e sem ao menos saber se realmente chegaríamos.
Aqueles momentos de insegurança e confiança se alternando em meu pensamento marcavam as conversas entre meu amigo e eu. Da hora que deixamos a casa até quando finalmente pegamos a carona com destino a Florianópolis, por várias vezes pensei se iríamos conseguir. Mas conseguimos. E, como já falei, foi a melhor viagem que já fiz.
Cá com minhas reflexões, vivo um momento parecido, mas mais sério, é claro. A desconfiança no que será se repete em cabeça. Acho que tenho que arriscar novamente. Sei de várias outras histórias bem-sucedidas e por que motivo a minha não seria? Estou meio sem rumo, mas, quando aparecer uma oportunidade sinalizando um caminho, eu abraçarei. Foda-se! Ainda estou novo. Posso errar. E tem mais: se deixar passar, posso perder o melhor do que a vida tem para me oferecer.
Obs.: Comecei a escrever pensando em falar sobre a viagem, mas mudei de idéia devido aos meus pensamentos de final de ano e de recém-formado. A história completa de nossa descida ao litoral catarinense fica para outra vez.

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